Ouvi uma estória que gostei uma vez, sobre uma receita de pernil assado.
A receita atravessou gerações, assim passou pela avó, que a passou pra mãe, e esta para a filha.
Quando a filha se casou e mudou pra sua própria casa, com sua própria cozinha
onde poderia fazer finalmente o tal pernil, sua mãe ensinou a receita já tradicional
religiosamente, exatamente como ouviu de sua mãe.
A filha viu como a mãe cortava um largo pedaço de osso que continha muita carne, e deixava de lado,
enquanto o resto ia para o forno de um fogão grande e novo. Decidiu apenas continuar a observar.
Durante o jantar de inauguração, com a presença ilustre da avó, a jovem ainda curiosa sobre
os procedimentos da receita, perguntou à mãe se aquele pedaço da carne não prestava, por isso foi deixado de lado. A mãe não soube responder, mas disse que achava que sim.
A avó então quase engasgou, rindo-se toda, e explicou que não, a parte cortada era tão boa quanto o resto do pernil. Mas quando ela precisava colocar a carne no forno minúsculo que havia em sua antiga casa, o pernil não entrava por causa do tamanho e ela precisava cortar fora um pedaço.
Tanto avó quanto neta riram muito com isso, enquanto que a mãe ficou um tanto envergonhada por nunca ter tido a coragem de questionar a receita tradicional.
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