Ela acabara de ganhar um porquinho da índia. Estava aterrorizada. O porquinho da índia era saudável, todo malhado de marrom e branco, e em toda sua vida havia a menina ouvido que todos os bichos haviam de ser brancos, pretos ou marrons. Malhado não podia, era coisa do demo.
A menina então achou um talco vencido que ninguém era capaz de requisitar e polvilhou o porquinho da índia, coitado, que ficou todo confuso. O porquinho malcriado tentava lamber fora todo aquele talco, mas nunca que a menina deixava, tascava mais talco no lombo. Ela não queria que soubessem que seu porquinho da índia era malhado, porque lhe haviam dito que bicho só podia branco ou preto ou marrom. Malhado, só coisa do demo.
Mas aí choveu.
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